Há uma fissura no ser.
Uma leve fissura que possibilita
a suposta existência da não existência,
a suposta existência da não existência,
de um não sei que inefável,
mas que grita pavoroso no mundo
das essências incriadas,
como uma aberração manipulada
por um gênio malévolo
que tinha como intenção exatamente isto:
contrapor ao que foi posto o não posto.
E ele ri negativo do extremo positivo que tudo aparentava ser
e não era.
Ser ou não ser nunca foi a questão.
Ser ou não ser não é oposição.
É possibilidade!
É chamado antigo!
O ambíguo tornou-se possível.
O talvez irrompeu nas estruturas numênicas
e assim o mundo da transcendência
tornou-se mais provocador, por isso interessante,
pois a mão que apalpa o sim
também acaricia o não.
(Narciso)
5 comentários:
Isso me lembra Kaya, quando transcende o gênero... ser homem, mulher... os dois... ou algo diferente?
Muito bom! Segundo texto que encontro pela Blogosfera hoje e que me lembra Fernando Pessoa! Pelo ajuste das palavras, pelos sentidos tão bem completados, enfim. Sinal de que o nosso celeiro cultural está a mil! :)
Muito bom seu "poema"... de fato, não é questão mas possibilidades... se voce é deixou de não ser.. uma escolha exclui a outra mas não a elimina do repertorio de opções.
Postar um comentário