Morrer de amor



Adoro quando comentas sobre o brilho daquela luz, que por alguns instantes nos torna ainda mais próximos.

Mais que isso, sinto um calafrio invadindo o meu âmago. Ele sobe ao meu coração na mesma rapidez e medida que desce outra vez ao âmago. Se não me recobro a razão, creio que sucumbiria.

Tenho a incrível sensação de está sendo invadida por milhares de borboletas frenéticas, extasiadas, que percorrem a minha corrente sanguínea, prestes a eclodirem pela boca em voos guiados por um sentimento nobre e belo. É uma impressão assustadoramente prazerosa e de uma ambiguidade estarrecedora.

Sinto-me leve e ao mesmo tempo sinto o peso do mundo. É uma leveza que pesa. Impossível  flutuar, porém de fluidez plausível. Quase desfaleço, não sei o que fazer. Emudecida, penso em gritar eufórica, mas também penso em gritar por auxílio. Procuro voltar a razão, respiro profundamente e fico com a leve e pesada sensação de ter quase morrido de amor.

Então vivencio a célebre frase de Mário Quintana: “tão bom morrer de amor e continuar vivendo”.