Que eu julgo ser de amor
E que você não quis ouvir.
Tenho mil faces contidas em mim...
Faces obscenas,
iluminadas,
descabidas,
deslocadas,
Tenho mil faces contidas em mim...
Faces desavergonhadas,
debruçadas,
descoladas,
desconectadas,
Tenho mil faces contidas em mim...
Faces mil
Faces de facetas mil
Faces de arroio no cio
Faces...
Apenas mil
Oh, como desvendar o não desvendado?
Como saber o não sabido?
Como escutar o não audível?
Como revelar o não revelável?
São faces e mais faces que nada revelam em si,
Apenas revelam as faces das quais procuro em ti.
Chega a hora na qual temos que nos despir, na qual temos que revelar a verdade nua, fria, crua também. Para muitos pode ser um momento epifânico, no qual algo de maravilhoso acontece, como uma revolução copernicana que coloca no centro da existência o sol que se insistiu
Estou alucinada por você
Meu pedaço de toucinho
Meu bocado de mau caminho
Meu odor feminino
Meu opúsculo equino
Meu quarto minguante
Meu elo extravagante
Meu nobre cavalheiro
Estou alucinada por você
Minha figura de linguagem
Minha sonolência adormecida
Minha arma mortífera
Minha febre sadia
Minha moléstia doentia
Minha alma inebriante
Minha exaltação estonteante
Estou alucinada por ti
Estou alucinada por
Estou alucinada
Estou