Ah! Essa gente que vence...
Que com soberba comedida sorri
Mostrando aqueles dentes enormes e
brancos,
Congelados na fotografia,
Que não virará papel.
Sucesso.
Prêmio.
Que danação!
O falido, o derrotado
Que jaz na penumbra do esquecimento
É tão mais poético,
É tão mais profético!
Seus olhos turvos,
Que deixam entrever uma luz
No fim do túnel da existência
Oca e triste.
Esses olhos eu quero.
Esses olhos:
Pérola negra numa noite sem estrela.
Esses olhos.
Essa dor.
Perante eles me penitencio.
Perante eles encontro redenção.
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