No fundo, bem lá no fundo, deve haver
esperança,
Sorrisos que suplantam as lágrimas que
jorram na superfície,
O "foram felizes para sempre"
que a tristeza vigente desdiz.
No fundo, bem lá no fundo, deve haver um
poço
que saciará a nossa sede de justiça - não
de vingança -
de amor, de saudade, do aconchego do lar.
No fundo, bem lá no fundo, veremos que
somos irmãos.
E não haverá mais discriminação, nem
guerras ocas,
nem fronteiras imaginárias.
Os mapas desaparecerão.
No fundo, bem lá no fundo, deve brilhar
uma luz,
que afugentará o desbotado medo.
E veremos as coisas com mais nitidez,
e assim também seremos vistos.
No fundo, bem lá no fundo, o fundo nem é
tão fundo.
Nem tão longe.
É só abrir bem olhos,
deixar de amar as correntes que nos impedem
de
levantar, erguer a cabeça
e alçar O voo.
E o fundo jorrará na superfície,
transfigurando nosso mundo,
nossas vidas,
nossos sonhos.
E o banquete da alegria, como diz a
profecia,
estará sempre começando.
Eu vejo, prevejo, anseio:
Sorrisos entre brindes, gargalhadas de
meninos,
e uma luz tão nostálgica e familiar a nos
envolver.
Amém.
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