DIA D


Chega a hora na qual temos que nos despir, na qual temos que revelar a verdade nua, fria, crua também. Para muitos pode ser um momento epifânico, no qual algo de maravilhoso acontece, como uma revolução copernicana que coloca no centro da existência o sol que se insistiu em ocultar. Mas para outros a coisa nem é tão fenomenal, pois o que se vê é um plutãozinho insignificante, rebaixado, frio, cinza e distante. É a dolorosa dinâmica da revelação. Existe uma luz profunda, existe uma escuridão profunda que vestes superficiais não conseguem conter por muito tempo. Num dia qualquer, numa hora qualquer, quando menos se espera, a máscara cai, o véu se rasga e o que estava contido num frágil vaso de barro é exposto à luz do Dia. Este é o Dia do verdadeiro encontro, da dor imensurável e também da redenção. E você? Tem medo ou anseia por este dia?