O poema que morre em mim


O poema que morre em mim

Deixa-me triste e cabisbaixo

Mais dentro que por fora

Olho tudo e vejo falta

A obviedade das coisas me fadiga

O grito contido me assola

E quando a dor é grande demais

Começo liricamente a divagar

a elaborar teorias mirabolantes

Que o cientista mais rígido pode repudiar

- O que me importa

se o devaneio tornou-se meu refúgio?-

Penso na décima sétima dimensão

No paraíso além do abismo

Penso que lá existe eu mesmo

Apenas mais translúcido e poetizado

Que estou a semear os poemas que matei

E quando tudo vira flor

Presenteio-me com o mais belo girassol

E sorrio amarelo em meio às plêiades e nebulosas

Que enfeitam meu jardim.


A cabeça voa longe demais

Mas meu peito sangra.


O poema que morre em mim

Faz-me como um louco divagar

E ao mesmo tempo me poetiza e prepara

Para o encontro com uma amiga

Que a vida me impediu de admirar.

O poema que morre em mim

É silencioso prelúdio de minha decomposição/ressurreição.


9 comentários:

Belo poema, intenso.
 
Simplesmente adorei o poema...
Tão puro e profundo...

Beijos =*
 
- Que bonito.
 
lindo...
 
Lindo Poema ! *------*
 
Lindo poema. Tocante.
 
Poxa que poema lindo..
Adorei seu blog, Parabéns mesmo..
aproveitei e te seguir viu?!

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Beijos
 
Bom, esse poema não morreu em você. Nasceu aqui, nos meus olhos! Abração
 
Adorei o poema, muito intenso e lindo. Parabéns.